sexta-feira, 5 de julho de 2013

Conversa de travesseiro


O dia que caminhava solto
ou eu que estava tão longe?
Queria
como queria
a paz do sol
que esconde o monte
deixa a rua tranquila
tela de azulejos cor- de- céu
bela decoração postiça.

Ainda. Não, não tinha.

Perto da terra
(quando desço)
vejo
o muro
muro alto
silencio duro que separa homens e pesadelos
presente de Prometeu.

Crônica da caneta preta:
esFÉrográfica
esperográfica
iluminográfica
silenciográfica
remendográfica
amanhãgráfica
ou
caneta tinteiro dos homens que brincam com a natureza de Deus.

Finda o dia.

Líricas veredas
cronologia do meu tempo de espera
e tudo que seja amar
amando, não seja destruição da natureza.
Jaz a conquista do pretérito perfeito.

Tudo que se faça necessário:
conversa ao contrário
redemoinho de gente
jato de dente
sorriso de mãe dos homens.

Penso na cama
templo da gente
não falo de sexo
sempre, sempre: ingrediente do elemento ausente.

A paz dos poetas mortos
vivos enquanto poesia
angústia da estrela muda.
Muda o verbo
que a gente muda
entende?

Lá fora
alguém fez doce
a cozinha cantou
e não era domingo.
Era dia de manhã
uma sexta-feira qualquer
açúcar, goiaba e romance.

Preciso chegar em casa à colheradas
vencer o mal da tentação dos homens:
além do fio e da calda.

Lá fora
na esquina
teve  realejo
anjos falsos e cataventos
policial engenhoso
oferecendo carona na viatura
teve nuvem bordando no céu minha caricatura
teve tudo
teve mãe e filha
e eu sozinho
atravessando a avenida
vi na padaria a criança chorando
a mãe quis o pão
a criança não.
Chorava a criança
como chorava Carolina
chorava também o doce
por não ter a menina.

Lá longe
o remendo do fundo dos homens artistas
caiu em prece de oração e poesia
versos que pedi e componho:
conversa de travesseiro antes do sono
embala o sonho.

Meu tanto!






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