Vejo as estrelas pelas telas do mundo
costurando atalhos em cada grão de céu
bordando realidades num tapete de inspiração
em um futuro maior
do que eu costumava ser.
. . .
Tempo asfixiado
silêncio obtuso
e a música pára.
Sua mão me diz agora
o que o sorriso perdeu-se ao dizer.
Mãos!
guardam a chave do tesouro perdido.
As suas pintam o abraço
devastando o que ainda vive
intacto dentro de mim.
Uma parte de mim
acredita e vive por mentiras
semeia discórdia e gula
implora por desculpas.
A outra, a que preciso agora
é simples e recatada
teme a beleza
e a exatidão
alcançando um aroma envidraçado
que no rótulo diz:
“viver é a escalada épica dos seus anseios.”
E a noite aveludada
é vasta o bastante
para viver sozinho
repetindo minhas agitações.
Raso não é só prato que transborda
é o excesso que instiga
quando dele se inquire uma posição
um verso fundo sem calar
roendo a aparência.
Vivo voando em meu tapete
que eu mesmo bordei
porque sei aonde pode chegar.